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Ainda ontem alguém me perguntou porque sou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar de ser visceralmente contra a ideia de casamento (em geral) e confesso que para me entender tenho de pensar um pouco e preciso de algum tempo para me explicar.

Na verdade, as minhas frágeis noções de Antropologia levam-me a crer que a instituição do casamento é um modo de regulação social como tantos outros, seja a nível privado, seja público. Se numas sociedades, noutros tempos ou lugares, isso implica a consolidação de pactos entre clãs, o reconhecimento duma linhagem com todos os direitos patrimoniais (e outros), a subordinação do ventre das mulheres aos interesses patriarcais, etc, isso me é indiferente: o que me interessa é a “normalização”.

Que na Europa do sec.XX, onde nasci e me criei, o casamento tenha evoluído duma relação de subordinação do cônjuge-fêmea ao cônjuge-macho para uma relação entre iguais, é algo que me alegra mas nem por isso me faz encarar a instituição do matrimónio com melhores olhos. E que a evolução das leis do Divórcio também me animam a acreditar numa vivência social mais livre e tolerante, é ponto assente. Ainda que mantenha a mesma reacção alérgica quando ouço o anúncio de que X e Y se vão casar (mas, enfim, é lá com eles…).

Por isso, qual o meu entusiasmo com o alargamento da instituição matrimonial a pessoas do mesmo sexo? Bem, na verdade, o entusiasmo é tão grande quanto entre as pessoas de sexo diferente.

Com uma pequena diferença: é a de ficar abalada mais uma das fobias sociais repugnantes e odiosas que fazem parte do nosso dia-a-dia. Por isso, esse alargamento de direitos é o alargamento do espaço da liberdade e tolerância. Como aqui se lê , esse alargamento já será maior do que parece 42% dos portugueses dizem-se a favor da igualdade total no casamento para hetero e homossexuais. igualdade total, 42%. desculpem estar-me a repetir, mas quando me deram a notícia achei-a tão fabulosa que me custou a crer (Fernanda Câncio). Porque o que mais se nota no nosso dia-a-dia será a ululante opinião dos 33% [que]são contra ‘qualquer tipo de reconhecimento da união homossexual’ (incluindo, depreende-se, a união de facto, estatuída na lei como incluindo os casais do mesmo sexo desde 2001) (FC).

E porque sou tão radicalmente contra a ideia de casamento entre pessoas de qualquer sexo? Isso já são coisas de incurável romantismo, visão poética das relações humanas e das paixões amorosas, vivências libertárias e grandes principios filosóficos, nada que interesse de facto frente aos interesses patrimoniais a defender, das heranças, das pensões de viuvez e coisas assim que fazem da vida uma vida melhor. E, se calhar, muitas leituras de romances de outras épocas em que o amor (com maiúscula) só podia ser vivido fora das regras da sociedade, contra as leis e os bons costumes. É que não esqueçamos: até uma dada altura, falar-se em casamento “por amor ” era quase obsceno.

Comentários a: "casamento entre pessoas do mesmo sexo" (1)

  1. ( Sei que o Pepe lê bem em outras línguas e assim eu exercito o meu castelhano…)

    Que és el matrimonio?
    Uno de los problemas que conlleva la proposicion de que la familia nuclear es la pieza básica de todos los grupos domésticos es que descansa sobre el supuesto de que puede denominar-se a formas de emparajamento ampliamente diferentes. Sin embargo, com el objecto descubrir la extraordinaria diversidad de la conducta de emparejamiento – caracteristica de la especie humana – , la definicion de matrimonio ha de ser tan amplia que llega a acerse confusa. Entre los muchos intentos ingeniosos de definir el matrimonio como una relación de caracter universal, merece especial atención la definición propuesta por Kathleen Grough em 1968, quien ha realizado estudios sobre los Nayar. Este afirma:
    1. El matrimonio es una relacion estabelecida entre uma mujer e una ó mas personas.
    2. Esta relación asegura que um hijo nacido de esa mujer se le otorguem los plenos direchos por nacimiento que seam comunes a los miembros normales de su sociedade que
    3. El niño sea concebido y nazca bajo determinadas ciscusntancias aprobadas ( no proibidas).
    Según este autor, para la maior parte, si no la totalidad, de las sociedades esta definicion identifica una relacion <>. Sin embargo, la difenición de Gough, por estraño que parezca, está em desacurdo com el dicionário ing^´es y las naciones occidentales sobre el matrimonio. En 1º lugar no sealude para nada a los derechos y deberes sexuales, ni siquiera a la función sexual simple. Además, según esto, el matrimonio no estrañha necessariamente una relacion entre ombres e mujeres, simplesmente especifica que debe haber una mujer y <> de género no defenido.
    Para tener hijos de una manera socialmente aceptable, las púberes nayar teniam que sumeterse a una cerimonia de cuatro dias de duración que las vinculava a un <>.
    Despues del matrimonio ritual estas mujeres se quedavam em su casa com sus hermanas e hermanos e eram visitadas pelos ombres nayar e hombres de uma casta superior , los brahmam nambodri. Grough considera los maridos rituales como prueba de la universalidad del matrimonio.
    Pero que razones puede haber para definir el matrimonio como una relacion entre uma mujer y <> em vez de entre <>???
    Em varias sociedades africanas – el caso de Dahomey es el que mejor se conoce – las mujeres se casan com mujeres. Esto es possible porque una mujer que por lo general ya esta casada com un hombre, paga el precio de la novia. ( la tranferencia de objectos de valor de la familia) . La mujer que paga este precio se converte em um marido <>. Funda una familia propria que permite que sus quedem embarazadas mediante relaciones com varones asignados.
    Entre los Kwakitutl, um hombre que desea adquirir los previlegios asociados a um determinado jefe puede casar-se com el herdero varón del jefe. Si el jefe no tiene herderos podria entonces casar-se com el lado derecho o izquierdo del jefe, o con una se sus piernas o braços.

    Quando la cultura occidental se niega a calificar cierto tipo de uninones de matrimonio, hay una injusta tendencia a considerarlas como relaciones menos honrosas o auténticas. Y por eso los antropologos se muestram reacios a estigmatizar las uniones hombre-hombre o mujer-mujer, o las intituciones nayar o matrifocales, afirmando que no se trata de matrimonios. Existe una manera sencilla para escapar a este dilema. Em primer lugar, definamos el matrimonio como la conducta, sentimientos e reglas que se refieremal apareamiento entre compañeros corresidentes heterosexuales y a la prodicion en contextos domesticos. En segundo lugar para evitar ofender a nadie al aplicar este concepto exclusivamente a corresidentes domesticos heterosexuales, se puede recorrir a un sencilli expediente. Designar las demas relaciones como<>, e , o mediante qualquer otra nomenclatura especifica que demuestre ser apropriada. Está claro que estas uniones tienem diferentes implicaciones ecológicas, demograficas, economicas e ideologicas. Por tanto, nada se gana diciendo si son o no son ………

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