o que vale é que amanhã há futebol!
Quando leio sobre a ascensão e (rápida) queda de civilizações (ou sistemas políticos), parece que um factor comum a todas as ascenções-quedas está no gasto irracional de recursos, nos investimentos massivos sem sustentação económica, ambiental, etc e tal. Tipo obras faraónicas, convento de Mafra, arsenais atómicos.
Fica-me a dúvida se as pessoas que viveram um período assim tiveram consciência do que se ia passar. A dúvida posso até restringi-la às elites dirigentes para simplificar a resposta: não se deram conta do processo? Eram tão limitados os seus conhecimentos que não conseguiam projectar no médio, longo prazo, as consequências?
Creio que sabiam bem o que se iria passar, mas julgavam poder recorrer a um expediente clássico: a predação de novos territórios. Talvez os Maias acreditassem nisso. Os Europeus modernos praticaram-no à escala mundial, e o seu último império (o soviético) conseguiu chegar até à última década do sec.XX. Ou, em alternativa mais prosaica, aumentavam os impostos à população e desviavam atenções para um inimigo imaginário e temível. Até ao dia em que todos acordaram e descobriram que o Império Romano tinha ruído.
As “elites” podem sacrificar o longo prazo para se garantirem no curto, na boa lógica de “quem vier no fim que limpe a porcaria toda” . E se os restantes estivermos demasiado preocupados com os casos do dia, o futuro ficará realmente muito, muito curto…
ecos de outros mundos